sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

GENÓTIPO KIR + HLA-C CLASSE I, SANGUE TOTAL

Modificação Codigo do Exame, Descritivo e Formato dos Resultados

Código do exame: 7772
Código do exame: 9954

Atualização vigente a partir do dia 27/12/2023


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ATUAL


 Formato dos Resultados:

 R1:  Relatório anexo

 

 
     


  Formato dos Resultados:

    R1:   GENÓTIPO 2DL1        VR: Ausencia
  R2:   GENÓTIPO 2DL2        VR: Ausência
  R3:   GENÓTIPO 2DL3        VR: Ausência
  R4:   GENÓTIPO 2DL4        VR: Ausência
  R5:   GENÓTIPO 2DL5        VR: Ausência
  R6:   GENÓTIPO 2DP1        VR: Ausência
  R7:   GENÓTIPO 2DS1        VR: Ausência
  R8:   GENÓTIPO 2DS2        VR: Ausência
  R9:   GENÓTIPO 2DS3        VR: Ausência
  R10:  GENÓTIPO 2DS4        VR: Ausência
  R11:  GENÓTIPO 2DS5        VR: Ausência
  R12:  GENÓTIPO 3DL1        VR: Ausência
  R13:  GENÓTIPO 3DL2        VR: Ausência
  R14:  GENÓTIPO 3DL3        VR: Ausência
  R15:  GENÓTIPO 3DP1        VR: Ausência
  R16:  GENÓTIPO 3DS1        VR: Ausência

  R17: HAPLÓTIPO KIR
  R18: Genótipo do ligante KIR (grupo HLA C)
  R19: LOCUS c (CLASSE I)

  (b*) Texto interpretativo do estudo



 (b*) GENÓTIPO KIR + HLA-C CLASSE I, SANGUE TOTAL

GEKIR – GENOTIPO KIR, SANGUE TOTAL

TÉCNICA:

Genotipagem KIR (killer immunoglobulin -like receptor) a partir do DNA genômico, usando a tecnologia de re ação em cadeia da polimerase (Polymerase Chain Reaction), utilizando primers de sequências específicas (SSPs) desenhados para a detecção dos 16 genes KIR humanos,

2DL1, 2DL2, 2DL3, 2DL4, 2DL5, 2DP1, 2DS1,2DS2,2DS3,2DS4, 2DS5, 3DL1, 3DL2, 3DL3, 3DP1, 3DS1.

 INTERACÇÕES HLA-C - KIR E A SUA RELAÇÃO COM A EVOLUÇÃO DE UMA GRAVIDEZ

Durante o primeiro trimestre de gravidez, produz -se uma invasão por células trofoblásticas do blastocisto da camada decídua do útero materno. O trofoblasto dará lugar à placenta, órgão que fornecerá o supriment o sanguíneo fetal. Um defeito nesse processo de placentação produz múltiplos distúrbios, como nascimentos prematuros, pré -eclâmpsia, baixo crescimento fetal ou abortos espontâneos (1).

Estudos mostraram que parte da regulação desse processo de formaçã o placentária ocorre soba influência de um reconhecimento imunológico local (2). As células trofoblásticas expressam altos níveis de HLA -C que são reconhecidos pelos KIR (Killer immunoglobulin -like receptors) das uNK (células natural killer uterinas) (3).

Os KIRs expressamse a partir de uma família altamente polimórfica de genes e os HLA -C do trofoblasto estão codificados numa dotação genética polimórfica igual, que provem de 50% do pai e 50% da mãe (4, 9). Este facto dá origem a um genótipo embrionário do HLA -C diferente em cada gestação, mesmo no caso de serem os mesmos progenitores ( 5).

O haplótipo KIR materno pode ser AA, AB ou BB (6). O haplótipo A contém principalmente genes que codificam para inibidores KIR e B para ativadores KIR (3). A presença de ativadores KIR (haplótipo B) con fere proteção contra transtornos na gravidez (7) e sua ausência (h aplótipo A) aumenta o risco de complicações (5). O equilíbrio entre ativação e inibição resulta na liberação de citocinas que favorecem a invasã o trofoblástica placentária (8).

Os ligandos HLA-C para os KIR podem pertencer a dois grupos alélicos, C1 e C2.

Foi observado que o risco de abortos recorrentes, pré-eclâmpsia ou baixo crescimento fetal aumenta quando há casos de mã es com haplótipo KIR AA e o feto expressa mais genes HLA-C2 do que células maternas; especialmente quando estes HLA-C2 adicionais vêm da herança herdada do pai (7)

Esta situação tem outras nuances nos tratamentos de reprodução ass istida, uma vez que as pacientes recebem muitas vezes a transferên cia de mais de um embrião e estes, por sua vez, podem ser o resultado da ferti lização de ovócitos e esperma de dadores. Nestes casos, todas as moléculas HLAC expressas pelo trofoblasto se comportariam como se fossem de ori gem paterna (3)

Com esta informação podemos chegar às seguintes conclusões (aplica das ao campo da medicina reprodutiva):

Considerações a ter em conta nos casos em que é necessária uma doação de espermatozóides, ovócitos ou ambos:

- Se a mulher receptora tiver um haplótipo KIR AA, um dador de sêmen e uma dadora de óvulos cujo haplótipo seja HLA -C1 / C1 será a escolha para tornar a implantação do embrião mais eficiente e segura.

 

REFERÊNCIAS

(1) Brosens et al. The `Great Obstetrical Syndromes´ are associated wi th disorders of deep placentation. Am. J. Obstet. Gynecol.(2011);204:193-201.

(2) A. Moffett et al. Variation of maternal KIR and fetal HLA -C genes in reproductive failure: too early for clinical interventi on. Reproductive BioMedicine Online (2016); 33:763-769.

(3) D. Alecsandru et al. Why natural killer cells are not enough: a fu rther understanding of killer immunoglobulin -like receptor and human

leukocyte antigen. Fertility and Sterility (2017) Vol.107 no. 6, 0015-0282.

(4) D. Torres -García et al. Receptores de células NK (KIR): Estructura, función y relevancia en la susceptibilidad de enfermedades. Revista

Instituto Nacional de Enfermedades Respiratorios Ismael Cosío Vill egas (2008), vol.21 No.1

(5) Moffett A. et al. Uterine NK cells: active regulators at the mater nal-fetal interface. J Clinic Invest (2014);124:1872-9.

(6) Uhrberg M. et al. Human diversity in killer cell inhibitory receptor genes. Immunity (1997); 7:753-63.

(7) Hiby SE. et al. Maternal activating KIRs protect against human rep roductive failure mediated by fetal HLA-C2. J Clin Invest (2010); 120:4102-

10.

(8) Kennedy PR. et al. Activating KIR2DS4 is expressed by uterine NK c ells and contributes to successful pregnancy. J Immunol (2016);

197:4292-300.

(9) Midleton D. et al. The extensive polymorphism of KIR genes. J Immu nol (2009); 129:8-19.


ESTUDO MOLECULAR GENÓTIPO HLA-C (BAIXA RESOLUÇÃO), SANGUE TOTAL

 

DETERMINAÇÃO

Tipagem molecular dos alelos do antígeno leucocitário humano (HLA - Classe I - C) no nível do grupo de alelos (baixa resolução).

 

PRINCÍPIO DO TESTE

A técnica é baseada no princípio de hibridização reversa. Uma PCR-SSO é realizada após o isolamento do DNA. Na PCR, ocorre a amplificação dos éxons 2 e 3 do loci HLA-C, e os produtos da PCR são biotinilados. Em seguida, os produtos de amplificação são hibridizados usando uma tira de tipagem. Este teste é projetado para proporcionar a melhor resolução possível no nível do grupo de alelos (isso significa os dois primeiros dígitos após o asterisco em um nome de alelo seguindo a nomenclatura padrão do HLA, por exemplo, Cw07Cw08), embora a resolução ao nível alélico seja possível para a maioria das combinações de alelos. A interpretação dos resultados é baseada na frequência populacional do alelo.

 

GRUPOS DE ALELOS:

C1: C01, C03 (exceto C03:07), C07 (exceto C07:07, C07:09), C08, C12 (exceto C12:04, C12:05), C14, C15:07, C16 (exceto C16:02)
C2: C02, C03:07, C04, C05, C06, C07:07, C07:09, C12:04, C12:05, C15 (exceto C15:07), C16:02, C17, C18
 

APLICAÇÃO NA REPRODUÇÃO HUMANA

Durante a gravidez, as células natural killer (UNKs) uterinas maternas são as células imunes dominantes na mucosa uterina, e existem vários estudos que apoiam seu papel importante no estabelecimento da placentação precoce normal (1, 2, 3, 4, 5, 6). Também existem evidências de uma interação direta ligante-receptor entre as células trofoblásticas (que mostram moléculas de classe I do HLA-C) e os receptores KIR das UNKs. Essa interação parece condicionar o processo de placentação. Os genótipos do HLA são organizados em dois grupos (HLA-C1 e HLA-C2), e embora tanto HLA-C1 quanto HLA-C2 se liguem aos receptores KIR, a força da resposta downstream das UNKs é fortemente influenciada pela zigosidade C1 e C2 da nova gravidez. A extrema variabilidade tanto nos KIR maternos quanto nos ligantes HLA-C fetais significa que cada gravidez apresentará uma variedade de combinações diferentes. Portanto, o equilíbrio dos genótipos KIR em um determinado paciente e a exposição ao HLA-C em uma gravidez específica podem influenciar o início da placentação normal (7).

 

REFERÊNCIAS

(1). Trundley A., Moffett A. Leucócitos uterinos humanos e gravidez. Antígenos de Tecidos 2004; 63: 1-12.

(2). Caligiuri MA. Células natural killer humanas. Sangue 2008; 112: 461-9.

(3). Moffett A., Shreeve N. Primeiro, não causar danos: células natural killer uterinas (NK) na reprodução assistida. Reprodução Humana 2015; 30: 1519-25.

(4). Pace D., Morrison L., Bulmer JN. Atividade proliferativa em granulócitos estromais endometriais ao longo do ciclo menstrual e início da gravidez. J Pathol 1989; 42: 35-9.

(5). Xiong S., Sharkey AM. Kennedy PR, Gardner L, Farrell LE, Chazara O, et al. Receptor ativador de células NK uterinas maternas KIR2DS1 aumenta a placentação. J Invest Clin 2013; 123: 4264-72.

(6). Robson A. Harris LK, Innes BA, Lash GE, Aljunaidy MM, Aplin JD, et al. Células natural killer uterinas iniciam a remodelação das artérias espirais na gravidez humana. FASEB J 2012; 26: 4876-85.

(7). Scott J. Morin, Nathan R. Treff, Xin Tao, et al. A combinação do haplótipo do receptor imunoglobulina KIR de células natural killer uterinas e do ligante HLA-C trofoblástico influencia o risco de perda gestacional: uma análise retrospectiva de coorte dos dados de genotipagem direta de embriões a partir de transferências euploides.



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